De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a prevalência de obesidade está em franco crescimento no Brasil, identificando um aumento de 67,8% no número de casos.
No entanto, como diagnosticar o excesso de peso corporal? Se você não sabe a resposta, recomendamos a leitura deste post. A seguir, explicaremos mais sobre a doença e sobre os critérios utilizados para confirmá-la.
O que é obesidade?
Trata-se de uma patologia que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e que está associada a diversos riscos para a saúde em função das complicações metabólicas, como a hipertensão arterial, diabetes e aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos.
Ainda, a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, ou seja, não existem um único fator responsável por causá-la. O ganho de peso ocorre quando a ingestão de calorias é maior que a queima. Neste sentido, o sedentarismo favorece o acúmulo de gordura.
No entanto, a patologia é influenciada por outras condições, tais como, histórico familiar, fatores ambientais e culturais, qualidade e quantidade dos alimentos que ingere, transtornos emocionais, uso indevido de esteroides, entre outros.
De modo geral, o componente genético é um dos mais influentes no desenvolvimento da obesidade. Na maioria dos casos, se um dos pais é obeso, o paciente tem até três vezes mais tendências de também se tornar obeso.
Quais os riscos dessa doença?
O acúmulo excessivo de peso corporal não afeta apenas a mobilidade ou o condicionamento físico do paciente, mas também favorece o desenvolvimento de diversos problemas de saúde, tais como, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, colesterol e triglicerídeos altos, derrame, apneia do sono e doenças coronarianas.
Ademais, a obesidade também está relacionada com doenças respiratórias, como, por exemplo, restrições ventilatórias, hipoventilação crônica, hipercapnia, hipóxia e síndrome de Pickwick.
Como é feito o diagnóstico?
A obesidade se caracteriza pelo acúmulo de gordura corporal em níveis definidos pelo Índice de Massa Corpórea (IMC). Esse índice é utilizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para classificar a condição física de uma pessoa.
Assim, a partir do resultado obtido pela divisão do peso do indivíduo pela sua altura, o paciente pode se enquadrar em uma das seguintes classificações:
- baixo peso: < 18,5 Kg/m2;
- peso normal: entre 18,5 e 24,9 Kg/m2;
- sobrepeso: entre 25,0 e 29,9 Kg/m2;
- obesidade leve: entre 30,0 e 34,9 Kg/m2;
- moderada: entre 35,0 e 39,9 Kg/m2;
- mórbida: maior que 40,0 Kg/m2;
Além do IMC, existem outros fatores que contribuem para o diagnóstico da doença, como, por exemplo, o histórico familiar do paciente, a evolução do peso, o índice de gordura corporal e por meio de exames de sangue.
Segundo a OMS, a circunferência abdominal também pode ser um indicativo de obesidade, pois, é nesta região que se concentra a gordura visceral. Assim, valores superiores a 94 cm para homens e 80 cm para mulheres indicam o acúmulo excessivo de gordura.
Por fim, a obesidade é uma doença com grandes chances de cura e o sucesso do tratamento depende mais do empenho e disciplina do paciente do que das medidas adotadas pelo médico. Então, se você suspeita que tenha os requisitos para o diagnóstico, procure o seu médico.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!