Embora a cirurgia seja um procedimento eficaz no tratamento de alguns distúrbios, não é qualquer doença da tireoide que se trata dessa maneira.
A tireoide é uma glândula que pesa de 15 a 20 gramas, encontrada entre o pomo de adão e a base do pescoço. Possui a forma parecida com a de uma borboleta, com uma parte central que liga os dois lobos, cada um de um lado.
Essa glândula é a responsável por produzir os hormônios T3 e T4, que influenciam em diversos processos do organismo. Um exemplo da função desses hormônios é o controle do armazenamento e da utilização do iodo e do cálcio. Além disso, atuam nos movimentos do intestino, no tônus muscular, na regulação do humor, dos ciclos menstruais e da respiração celular, entre outros.
As doenças da tireoide, são mais frequentes em mulheres que em homens. A proporção é, em média, 5 vezes maior no público feminino. Os problemas mais comuns são provenientes da disfunção dos hormônios produzidos por ela. Entretanto, a incidência de nódulos e tumores também é bastante comum.
Toda doença da tireoide tem tratamento cirúrgico?
A indicação da cirurgia para tratar algumas patologias benignas da tireoide tem sido uma crescente tendência nos últimos tempos. Quando isso ocorre, o objetivo é evitar as consequências de um possível diagnóstico equivocado de benignidade. Outros propósitos são evitar recidivas, reoperações em casos de potencial risco de complicações e suprimir a chance de um carcinoma futuro.
Entretanto, algumas doenças causadas pela insuficiência ou excesso da produção hormonal, têm abordagem terapêutica apenas clínica.
O tratamento do hipotiroidismo, por exemplo, é realizado com medicamento. O médico prescreve a quantidade necessária do hormônio que falta no organismo do paciente, que ingere diariamente a dose adequada.
O manejo da maioria dos casos de hipertiroidismo também é realizada com medicamentos, ainda que, dependendo da causa, seja preciso fazer a tireoidectomia. Os medicamentos mais utilizados são os betabloqueadores, metimazol, a propiltiouracila e o iodo.
Qual doença da tireoide tem indicação para cirurgia
A cirurgia é recomendada, principalmente, para tratar:
- nódulos;
- bócios uninodulares;
- bócios multinodulares.
- hipertireoidismo;
- doença de Basedow-Graves;
- bócios nodulares tóxicos ligados ao hipertiroidismo;
- câncer da tireoide:
- metástases.
Os nódulos da tireoide estão presentes em 50% da população mundial, e são palpáveis em 5% dos pacientes acima de 50 anos. São mais comuns em mulheres que homens. Podem ser divididos conforme sua função. Quando um nódulo está relacionado ao hipertireoidismo, é considerado bócio tóxico. Se o nódulo não é tóxico, pode estar associado à presença de hipotireoidismo.
Na ocorrência de hipertiroidismo, os medicamentos são a primeira abordagem de tratamento. A cirurgia é sugerida apenas nos casos em que não é possível controlar os sintomas do excesso de hormônio com os remédios.
A cirurgia oferece riscos?
O procedimento cirúrgico, quando é sugerido, tem o propósito de trazer mais benefícios que malefícios. Via de regra é uma cirurgia com baixo risco de complicação.
Entretanto, esse risco precisa ser avaliado. O procedimento não trata apenas a doença da tireoide, mas interfere no mecanismo de atuação da glândula como um todo. Dessa forma, quanto mais idosa a pessoa for, quanto mais doenças associadas tiver e quanto pior for a saúde geral do paciente, maior fica o risco.
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