Apesar de pouco conhecida e muito confundida com a gastroplastia, a cirurgia metabólica é um procedimento que tem apresentado excelentes resultados no controle do diabetes tipo 2 em pacientes obesos.
Porém, em razão da desinformação, existem muitos boatos sobre esse tipo de tratamento, o que faz com que haja muitas dúvidas sobre a eficácia desta cirurgia. Assim, preparamos este post para que você conheça os mitos e verdades a respeito do tema.
A cirurgia metabólica e a bariátrica são a mesma coisa.
Trata-se do maior mito que existe quando falamos sobre estes tipos de intervenções cirúrgicas. Ainda que existam diversas semelhanças quanto as técnicas aplicadas, os procedimentos têm objetivos completamente diferentes.
Ainda, a cirurgia metabólica é realizada para controlar o diabetes, tendo como segundo plano a perda de peso do paciente, que é a proposta da cirurgia bariátrica.
Essa cirurgia pode curar o diabetes.
Sim, é possível fazer esta afirmação. Isso porque a cirurgia metabólica é a única alternativa de tratamento capaz de produzir a remissão do diabetes tipo 2. Porém, é importante mencionar que o resultado só é alcançado se houver a mudança de hábitos do paciente.
É possível parar de usar remédios para diabetes após a cirurgia.
Também é uma verdade corroborada pela afirmação anterior. O procedimento promove uma alteração no intestino do paciente, modificando a produção hormonal de modo que atuem no controle da glicemia e, consequentemente, tornando desnecessário o uso de remédios.
Realizar caminhadas no pós-operatório pode causar fístula.
Trata-se de um mito que vai de encontro a uma das orientações médicas mais importantes. No pós-operatório, é imprescindível que o paciente faça pequenas caminhadas, mesmo que no ambiente hospitalar.
Assim, são indicadas caminhadas leves e curtas com o objetivo de recuperar o organismo do indivíduo e evitar possíveis complicações, tais como, a trombose.
A cirurgia também promove o controle de outras doenças além do diabetes.
Também é verdade. Ainda que o objetivo da cirurgia seja controlar o diabetes, o paciente pode ser beneficiado de outras formas, tais como, perda e controle do peso, diminuição do colesterol ruim e aumento do bom, controle da apneia do sono e melhora da hipertensão arterial.
Existem várias técnicas para a realização desta cirurgia no Brasil.
Trata-se de uma afirmação mentirosa. Isso porque a regulamentação deste e de outros procedimentos cirúrgicos é feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Há pouco tempo atrás, este órgão aprovou a cirurgia metabólica como um tratamento para o diabetes tipo 2.
Porém, a técnica autorizada é a por bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). Outro método possível é a gastrectomia vertical (GV), que só pode ser executada nos casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR.
A intolerância ao leite é uma consequência comum no pós-operatório.
Outro mito. Na grande maioria dos casos, não há registros de qualquer tipo de intolerância ao consumo de leite e de seus derivados, pelo contrário, estes alimentos são recomendados no pós-operatório como fontes de cálcio.
Perde-se mais peso nos primeiros seis meses, mas é normal engordar após o primeiro ano.
Verdade e mito, respectivamente. A perda de peso é realmente maior nos primeiros seis meses, pois é quando o organismo mais sente as mudanças que foram realizadas. Por isso, os médicos recomendam que o paciente seja disciplinado neste período.
Já no que diz respeito ao retorno do peso perdido, é um mito. O ganho de peso no pós-operatório não está relacionado ao tempo, mas sim à falta de comprometimento do paciente com as orientações dadas pela equipe médica.
Pronto! Agora, você já sabe reconhecer o que é verdade e o que é mentira quando encontrar informações na internet sobre a cirurgia metabólica.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!