De acordo com o levantamento da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o número de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo se tornou dez vezes maior nas últimas quatro décadas. Assim, a obesidade infantil é um problema mundial de saúde pública.
Você sabe como essa patologia é causada? Conhece as formas de tratamento? Então, não deixe de ler este texto. A seguir, responderemos a essas e outras dúvidas sobre o assunto.
O que é obesidade infantil?
Trata-se de uma condição associada ao excesso de gordura corporal em crianças e adolescentes, de modo que o peso esteja acima do recomendado para sua idade e altura. Além de afetar a qualidade de vida, pode facilitar o desenvolvimento de diversas outras doenças.
Ainda, para determinar o quadro de obesidade infantil existe o Índice de Massa Corporal (IMC) que é calculado de forma diferente que a dos adultos. Neste caso, primeiro deve ser obtido o resultado através da fórmula padrão: peso dividido pela altura ao quadrado.
Em seguida, deve-se consultar a tabela que estabelece percentis relacionados à idade e ao sexo do indivíduo. A depender do resultado do IMC, a criança ou o adolescente pode ser classificado da seguinte forma:
- baixo peso: percentil menor que 5;
- peso normal: entre o percentil 5 e 85;
- sobrepeso: entre o percentil 85 e 95;
- obesidade: percentil maior que 95.
Quais são as causas?
A principal causa de sobrepeso e de obesidade infantil é o desequilíbrio calórico. Ou seja, o indivíduo ingere mais calorias do que é capaz de queimar durante o dia. Esse desequilíbrio pode ser provocado pelos seguintes fatores:
- sedentarismo: com as diversas opções de entretenimento que surgiram nos últimos anos, as crianças e adolescentes reduziram consideravelmente o nível de atividades físicas diárias, tornando-se sedentários;
- ingestão excessiva de alimentos gordurosos: outra mudança ocorrida nas últimas décadas é o perfil da alimentação dos mais novos. Seja pela dificuldade em dizer não dos pais ou pelo mau exemplo dos adultos, as crianças estão se acostumando a comer mal;
- genética: estima-se que uma criança tenha 50% de chances de se tornar obesa quando um dos pais também é. Caso sejam os dois pais, esse percentual chega a 100%;
- desmame precoce: o aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até os seis primeiros meses de vida e a amamentação até os dois anos. Cada mês de amamentação materna reduz em 4% o risco de desenvolvimento da obesidade infantil.
Como é o tratamento da obesidade infantil?
Além da doença em si, a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. Dentre elas, hipertensão, apneia do sono, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.
Neste sentido, o primeiro passo do tratamento é diagnosticar a presença de uma ou mais comorbidades. Quando existem, elas também serão tratadas. No caso da obesidade infantil, o tratamento consiste na reedução alimentar da criança ou do adolescente e na prática regular de atividades físicas.
Outras alternativas utilizadas com menor frequência são o acompanhamento psicoterápico e o uso de medicamentos. No entanto, essas duas alternativas só apresentam resultados se houver uma mudança no estilo de vida do indivíduo.
Enfim, a obesidade infantil é um problema grave e que precisa ser tratado. Por isso, os pais devem estar alerta aos hábitos alimentares dos filhos, evitando que consumam alimentos hipercalóricos e que sejam sedentários.
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