As hérnias ocorridas no abdômen se formam a partir da passagem de um órgão por uma fissura na parede abdominal. São 4 os tipos, classificadas conforme a região em que surgem: hérnia inguinal, hérnia incisional, hernia epigástrica e hérnia umbilical.
Apesar de ser mais frequente em crianças, as hérnias umbilicais também podem surgir em adultos. No entanto, em geral, os sinais apresentados são os mesmos nas duas fases da vida.
A hérnia é sinalizada, principalmente, pelo abaulamento em volta do umbigo. A protuberância apresentada é indolor e tem a consistência maleável. Ao apertá-la, é possível devolvê-la de volta à cavidade abdominal. Às vezes, só dá para notá-la se a pessoa fizer esforço, como levantar peso ou tossir.
Como a hérnia umbilical surge
Durante o desenvolvimento do feto, o cordão umbilical permite a comunicação entre o bebê e a mãe, garantindo os nutrientes necessários e a troca gasosa. Quando o bebê nasce, essa estrutura perde a função e é cortada. O anel umbilical então se contrai até cicatrizar. Contudo, o processo de cicatrização pode falhar, deixando um orifício na parede do abdômen naquela região. Assim, esse canal resultante da falha na cicatrização permite a passagem de pequenas partes de alguns órgãos intra-abdominais, dando origem à hérnia.
Nos adultos, o surgimento desse problema se dá em virtude da fraqueza da parede abdominal ou devido à pressão exercida no local. Desse modo, o mais comum é aparecer em pessoas com excesso de peso, como obesos e gestantes. Nesses casos, é provável que essas pessoas já tenham apresentado o problema na infância.
Qual o tratamento das hérnias umbilicais
Das crianças que apresentam a hérnia na região do umbigo, cerca de 80% tem cura espontânea. As hérnias de até 1 cm se fecham com o desenvolvimento da musculatura da parede abdominal. Raramente apresentam qualquer tipo de complicação que exija cirurgia imediata. A cirurgia será indicada apenas nas crianças maiores de 3 anos e quando a hérnia tem extensão maior, impossibilitando o seu fechamento espontâneo.
Já nos adultos, o problema não desaparece sozinho. O tratamento indicado sempre será cirúrgico. A cirurgia é denominada herniorrafia e pode ser realizada por uma incisão no local ou por laparoscopia. Geralmente, é um procedimento bem simples.
Quando feita por incisão externa, o paciente recebe anestesia peridural. Através do corte, a hérnia é empurrada de volta à cavidade abdominal e o local é suturado. Em alguns casos, o cirurgião opta por deixar uma rede de proteção no local para evitar o retorno do problema.
A cirurgia realizada por videolaparoscopia carece de anestesia geral. São feitas microincisões no local por onde são inseridos os aparelhos cirúrgicos. Com a ajuda deles, a hérnia é devolvida ao lugar e as microincisões são suturadas. Nesse caso, a recuperação do paciente é mais rápida, com menos dor e menor período de internação. Geralmente, a pessoa volta às atividades habituais em 2 dias.
Complicações da hérnia umbilical
Nos casos em que há complicações da hérnia umbilical, a cirurgia precisa ser imediata. Dentre as complicações estão o encarceramento e o estrangulamento. O primeiro ocorre quando uma parte do intestino fica presa no orifício, obstruindo o fluxo sanguíneo. Já o estrangulamento se dá quando o bloqueio do fluxo sanguíneo é total, provocando risco de necrose.
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