cirurgia bariátrica

Gravidez x cirurgia bariátrica: existe risco?

A cirurgia bariátrica para o tratamento da obesidade em mulheres, geralmente, é realizada durante a idade fértil. 

Um dos fatores relacionados à obesidade é que, muitas vezes, as mulheres que sofrem com o excesso de peso têm sérios problemas hormonais que impedem a regularização dos ciclos menstruais. Consequentemente, engravidar representa uma enorme dificuldade. 

Após o procedimento, as mudanças metabólicas provenientes da cirurgia alteram a produção hormonal. Daí, a regularização da ovulação e o aumento da fertilidade favorecem a possibilidade de engravidar.

Entretanto, a gravidez pode representar um risco tanto durante o estado de obesidade, quanto no momento do pós-operatório. Entenda.

Riscos da gravidez durante o estado de obesidade

Em mulheres obesas há diversas disfunções ginecológicas, como já mencionado anteriormente. Nesses casos, quando a gestação é possível, é verificado maior risco de partos prematuros, diabetes gestacional, hipertensão arterial relacionada à gestação, pré-eclâmpsia, bebês demasiadamente grandes e com muito mais gordura corporal, hemorragias durante cesarianas, infecções de feridas cirúrgicas e complicações anestésicas.

Pela própria natureza prejudicial do excesso de peso, alguns problemas como diabetes e hipertensão já podem fazer parte do quadro de saúde da mulher, antes mesmo da concepção. Embora esses riscos possam aparecer em mulheres saudáveis também, é recomendado um acompanhamento multidisciplinar antes da gestação para verificar a segurança da mãe e do bebê regularmente e controlar alguma doença preexistente.

Riscos da gravidez após a cirurgia bariátrica

A abordagem cirúrgica muitas vezes é a única solução efetiva para o tratamento da obesidade. Boa parte das técnicas envolvem a redução do volume estomacal com a redução da absorção de nutrientes pelo intestino. Em todos os casos, contudo, a cirurgia bariátrica é um procedimento imensamente invasivo e que exige cuidados e acompanhamento especializado no pós-operatório.

Quando a mulher está planejando engravidar, o mais recomendado é aguardar, pelo menos, 12 a 18 meses após a cirurgia.

O que ocorre é que nesse período há perda de peso acentuada, podendo chegar a 70% do peso total da pessoa. Essa rápida perda ponderal prejudica o desenvolvimento do feto. Além disso, complicações da cirurgia podem ser confundidas com sintomas da gestação, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento adequado.

Durante o pós-operatório, a alimentação sofre alterações significativas, assim como a absorção nutricional. Nesse sentido, outra consequência de uma gravidez nessa fase é que o fornecimento de macronutrientes importantes para a saúde materno-fetal fica deficiente. Assim, a suplementação deve ser orientada antes da concepção, tanto para suprir as necessidades da mãe, quanto do bebê, posteriormente.

Outro ponto importante a se considerar é referente às hipoglicemias, frequentes durante qualquer gravidez. Nas mulheres que se submetem à cirurgia bariátrica, essas baixas de glicose no sangue são mais recorrentes e graves. 

Como se pode ver, o período pós-operatório de uma cirurgia bariátrica é complexo e exige muito do paciente. Da mesma forma, uma gravidez requer cuidados especiais para que a saúde da mãe e do bebê sejam garantidas.

Na fase pós-bariátrica, o melhor é fazer uso de anticoncepcionais e realizar o acompanhamento médico necessário para estabilizar qualquer efeito colateral do procedimento para que a futura gestação seja tranquila e saudável.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!

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