Antes do surgimento da cirurgia bariátrica, o tratamento para a obesidade era mais complexo e nem sempre efetivo. O advento das novas técnicas cirúrgicas, como o bypass gástrico, trouxe vários benefícios para os pacientes.
Você sabe como essa técnica é realizada? Já ouviu falar sobre ela? Caso tenha dúvidas sobre o assunto, continue a leitura deste post.
O que é o bypass gástrico?
Trata-se de uma das técnicas disponíveis para a realização da cirurgia bariátrica, também conhecida como gastroplastia, sendo uma alternativa eficaz para o tratamento de obesidade mórbida e suas comorbidades.
Ainda, este tipo de procedimento é o mais realizado no Brasil, correspondendo a 75% de todas as cirurgias bariátricas já executadas. Este percentual é justificado pela segurança e eficácia da técnica, além da possibilidade de redução de até 70% do peso inicial.
Apesar disso, é importante esclarecer que esse tipo de intervenção cirúrgica deve ser visto como um último recurso, pois não destina-se a quem busca o emagrecimento, mas sim para aqueles que estão obesos e não conseguem controlar o seu peso.
Assim como as outras técnicas, a gastroplastia por bypass gástrico é regulada pela resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, entre outras coisas, estabelece requisitos que comprovam a aptidão do paciente para o procedimento.
Qual a diferença dessa modalidade de cirurgia bariátrica?
Nesse caso, a principal diferença desse tipo de cirurgia para as outras técnicas disponíveis é que, além do estômago, o intestino também sofre alterações que fazem com que o indivíduo reduza sua fome e coma menos.
Porém, por ser um método complexo e que envolve muitas transformações no sistema digestivo do paciente, só são considerados aptos aqueles que tenham o Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 40 kg/m2 ou acima de 35 kg/m2, quando há alguma comorbidade.
Além disso, na maioria dos casos, a gastroplastia em Y de Roux, como é chamada, só é realizada quando o paciente já tentou a colocação da banda gástrica e não obteve sucesso.
Como a cirurgia é realizada?
Assim como outros tipos de gastroplastia, a primeira etapa da cirurgia é o corte no estômago, dividindo o órgão em duas partes. A porção menor mantém todas as funções e a parte maior perde grande parte das suas responsabilidades, inclusive a de armazenar alimentos.
Em seguida, o profissional faz uma incisão no jejuno e conecta o intestino à porção menor do estômago, criando um tubo para a passagem dos alimentos. Depois, a outra parte do cólon é ligada à porção maior do estômago e ao mesmo tubo para que o alimento seja digerido.
Ainda, a cirurgia de bypass gástrico é realizada por videolaparoscopia ou por laparotomia. No primeiro caso, são feitas pequenas incisões para a passagem dos instrumentos. No segundo, há a abertura total do abdômen, sendo considerada uma cirurgia de maior risco.
Como é a recuperação?
Na maioria dos casos, a recuperação é lenta, podendo levar até 12 meses. Contudo, esse período pode ser alongado se o paciente não seguir as seguintes recomendações:
- Realizar a dieta prescrita pelo nutricionista;
- Manter a suplementação de ferro e/ou de vitamina B12 no pós-operatório pelo tempo orientado pelo profissional;
- Fazer curativos no abdômen uma semana após a cirurgia;
- Retirar o dreno após o período indicado;
- Fazer uso dos medicamentos prescritos para proteger o estômago antes das refeições, como por exemplo, os inibidores da produção de ácido;
- Não realizar esforços físicos nos primeiros 30 dias para evitar que os grampos se soltem.
Normalmente, seguindo essas orientações, o pós-operatório é tranquilo e sem grandes sustos. Além disso, a perda de peso é maior nos três primeiros meses após a cirurgia.
E então, já sabe tudo sobre a cirurgia bariátrica por bypass gástrico? Em algumas situações, também é possível que o paciente precise realizar um procedimento estético chamado de abdominoplastia, mas isso é assunto para outro post.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!