Um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) aponta que o número de cirurgias bariátricas realizadas entre os anos de 2012 e 2017 aumentou quase 47%. Esses números refletem o quanto a obesidade ainda é um problema sério e urgente, principalmente porque está atrelado a outras patologias importantes como, por exemplo, o diabetes e a hipertensão arterial.
Neste artigo, vamos entender mais sobre essa relação. Continue a leitura e saiba mais!
Câncer após cirurgia bariátrica: é possível?
Segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que se dedicam a estudar as cirurgias para tratamento da obesidade há mais de dez anos, a parcela do estômago que fica inutilizada após a cirurgia continua ativa e promove um ambiente propício ao aparecimento de um câncer gástrico.
Essa descoberta foi publicada na revista científica
Nature e teve como base a avaliação de 20 mulheres que fizeram bypass gástrico (a intervenção mais realizada para obesidade) e exames específicos para a pesquisa antes e depois da cirurgia.
Esse achado é importante, porém não deve preocupar quem já fez a operação de redução de estômago ou intimidar quem recebeu orientação médica para realizar o procedimento, uma vez que o tema precisa ser mais investigado. O processo é, sim, considerado seguro e apresenta vários benefícios para aqueles que o fazem.
Obesidade e câncer: uma relação bem mais próxima do que se imagina
Quando os ponteiros da balança disparam, também dispara a chance de o indivíduo desenvolver uma das doenças mais temidas do século, o câncer.
Estudo inédito brasileiro, também conduzido por pesquisadores da USP, confirma que o excesso de peso está associado ao aumento do risco de 14 tipos de tumor: mama na pós-menopausa, cólon e reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo (células plasmáticas da medula óssea), esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.
O que você precisa saber antes da cirurgia
O assunto ainda é rodeado de mitos e verdades, por isso, muitas informações, inclusive as duvidosas, disseminam-se rapidamente. É importante, primeiro, entender que o paciente só é submetido ao procedimento após criteriosa avaliação clínica, laboratorial e psicológica.
Sabe-se que, na maioria das pessoas, a operação acarreta benefícios que vão além da perda de peso como, por exemplo, melhora importante ou mesmo remissão do diabetes, controle da pressão arterial, dos lipídios sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e alívio de dores articulares.
No que diz respeito ao ponto de vista nutricional, indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica deverão ser acompanhados pelo resto da vida, já que são grandes as possibilidades de quadros de complicações, como anemias por deficiência de ferro, de vitamina B12 e/ou ácido fólico, deficiência de vitamina D e cálcio e, até mesmo, condições severas de desnutrição.
Como vimos, por fim, a bariátrica é uma estratégica de tratamento para condições graves de obesidade, doença intimamente relacionada a neoplasias malignas importantes. Fica claro, além disso, que são necessários estudos acerca da chance de aparecimento de câncer após o procedimento.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como
cirurgião geral no Rio de Janeiro!