De acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), entre os anos de 2012 e 2017, aumentou em 46% o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil, sendo mais de 106 mil apenas em 2017.
Embora essa estatística seja um reflexo do crescimento da obesidade no país, ela não compreende os inúmeros pedidos que são contraindicados. Neste post, falaremos sobre os motivos que podem levar a essa não indicação para a gastroplastia.
O que é a cirurgia bariátrica?
Trata-se do procedimento realizado para o tratamento da obesidade mórbida ou grave, quando houver comorbidades. Também chamada de cirurgia de redução de estômago, a bariátrica pode ser realizada por meio de diferentes técnicas:
- bypass gástrico: técnica que consiste em grampear o estômago do paciente, para reduzir a sua fome, e desviar o caminho do intestino, para fomentar o aumento na produção dos hormônios da saciedade;
- gastrectomia vertical (sleeve): é o método que transforma o estômago em um tubo de, no máximo, 100 ml de volume, diminuindo em até 70% da sua capacidade;
- derivação biliopancreática: é a associação do método sleeve com parte da técnica de bypass gástrico, reduzindo 85% do tamanho do estômago e desviando o caminho do intestino;
- banda gástrica ajustável: consiste na inserção de um dispositivo de silicone no início do estômago, sendo conectado a um reservatório no qual é injetado água destilada para estreitar ainda mais o órgão ou para aliviá-lo.
Ainda, a cirurgia bariátrica não é um procedimento disponível para qualquer pessoa que sofra com obesidade. Para estar apto, o paciente precisa atender aos critérios estabelecidos na resolução n.º 1942/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Entre outras coisas, essa norma estabelece que é preciso ter o Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 40, ou, maior ou igual a 35, para quem já tenha desenvolvido alguma complicação em função da doença.
Ademais, o paciente também precisa ter a obesidade diagnosticada há, pelo menos, mais de cinco anos e ter realizado, sem sucesso, outras possibilidades de tratamento para a doença por, pelo menos, dois anos.
Assim, cumprindo esses requisitos, são realizados diversos exames clínicos e laboratoriais, e consultas com profissionais de diferentes especialidades. Caso seja confirmada a aptidão, o paciente inicia os preparativos para a gastroplastia.
Quando a cirurgia é contraindicada?
Além do não atendimentos aos requisitos do CFM, existem algumas situações específicas que contraindicam a realização da cirurgia bariátrica. São eles:
- ser menor de 16 anos: nesta idade o corpo ainda está em desenvolvimento e aconselha-se que aguarde a maturação óssea e sexual;
- diagnóstico de doenças cardiopulmonares graves, genéticas, imunológicas ou inflamatórias do trato digestivo, hipertensão portal e síndrome de Cushing;
- quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas;
- gestantes: as gestantes ou mulheres que estejam com projetos de gravidez não são indicadas porque o procedimento pode ocasionar a falta de nutrição ao feto. Apenas entre 15 a 18 meses depois da cirurgia que é permitido engravidar;
- limitação intelectual significativa em pacientes que não tenham o suporte familiar adequado.
Enfim, são esses os motivos que podem levar a não indicação da cirurgia bariátrica. Além disso, é importante lembrar que o sucesso do tratamento depende do empenho do paciente.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!
