Os procedimentos cirúrgicos ganharam destaque entre as estratégias de tratamento da obesidade mórbida. Atualmente, são a opção mais acertada para garantir a perda ponderal acentuada e a melhora do metabolismo desses pacientes. Entretanto, a perda de massa muscular que acompanha a redução do peso é uma consequência negativa dessa abordagem de tratamento.
A cirurgia vem se aperfeiçoando com o passar do tempo. Com isso, diversas técnicas foram desenvolvidas e outras se tornaram ultrapassadas. Apesar das diferentes formas de abordagem, todas têm o mesmo objetivo: reduzir a quantidade de gordura corporal.
O que acontece com a massa muscular após a bariátrica?
Seja pela menor absorção de alimentos ou pela menor ingestão de nutrientes, todo paciente que passa por uma cirurgia bariátrica perde, em média, 40% do peso corporal. Nos 6 primeiros meses de pós-operatório, a perda ponderal é mais intensa e se estabiliza após 12 a 24 meses.
Contudo, a perda de peso não envolve apenas diminuição do tecido adiposo. Verifica-se também uma importante diminuição da massa muscular e massa óssea.
Nesse período, entre outras mudanças provocadas pela cirurgia no organismo, a ingestão de alimentos passa a ser consideravelmente menor, assim como a absorção dos nutrientes. Isso pode prejudicar a síntese proteica, o que leva à redução significativa da massa muscular.
Dá para evitar a perda de massa muscular após o procedimento?
O músculo representa boa parte da massa muscular. Ele é importante para a sustentação da postura, além de estar presente em diversas outros processos do organismo.
Além disso, o músculo é responsável por parte significativa do consumo energético em repouso. Isso significa que a redução considerável da massa muscular reflete uma preocupação a mais para os pacientes. Isso porque esse processo favorece o reganho de peso após a cirurgia.
A perda da massa muscular nos pacientes que realizam cirurgia bariátrica é uma consequência das alterações causadas pelo procedimento. Dessa forma, é inevitável que isso ocorra.
Entretanto, é possível atenuar o problema. O mais indicado é que o paciente tenha um acompanhamento multidisciplinar continuado, envolvendo o cirurgião, um nutricionista, o psiquiatra e o profissional de educação física.
Atividade física
O esporte e atividade física definidos pelos profissionais envolvidos é imprescindível para restabelecer o músculo e a força óssea. E não é só isso, o exercício, além de reduzir as consequências negativas decorrentes do procedimento, é capaz de potencializar os benefícios.
Isso quer dizer que, além de contribuir para recuperar a massa muscular perdida, ajuda na perda de gordura e na manutenção do peso ideal após o tratamento. A associação de treinos de força com exercícios aeróbicos melhoram o condicionamento cardiovascular e são uma boa opção para o aumento de massa magra.
Suplementação alimentar
A alimentação passa por uma alteração relevante após o procedimento cirúrgico. É importante destacar que a deficiência de nutrientes devido à menor absorção e ingestão é bastante comum.
O período pós-cirúrgico é marcado por uma necessidade maior de proteínas no organismo. Diante de maior demanda e menor consumo, a carência desse nutriente se torna frequente, e com isso, prejudica a recuperação do músculo.
Por isso, o acompanhamento nutricional entende-se indispensável para a reposição de aminoácidos, proteínas e outros nutrientes que favoreçam a saúde, o metabolismo e o reganho de massa muscular.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!