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Por que a obesidade aumenta o risco de câncer

Recentemente, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), divulgou um estudo no qual aponta que até o ano de 2025, o Brasil contará com 29 mil novos casos de câncer relacionados de alguma forma com a obesidade.

É interessante observar que esse número é praticamente o dobro do registrado em 2012, último ano em que dados sobre essa questão foram coletados — na época, foram 15 mil casos.

Quando falamos sobre a condição obesa, é importante diferenciá-la do excesso de peso. Esta última condição ocorre quando a pessoa tem uma pontuação entre 25 e 30 na tabela do IMC. Já para se considerar alguém obeso, essa pontuação deve ser igual ou superior a 30.

Relação entre obesidade e casos de câncer

De acordo com o estudo divulgado pela FMUSP, grande parte das ocorrências de câncer relacionados à obesidade, no caso dos homens, foi ligada aos de cólon, próstata e fígado.

Dentre as mulheres, os maiores índices registrados foram os casos de câncer de mama, colo do útero e de cólon.

A título de curiosidade, a pesquisa também levantou dados com relação às regiões do país onde há mais registros de cânceres ligados ao fator aumento de peso. Dentre elas, temos São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

Fatores relacionados

A obesidade por si só traz uma série de problemas para a saúde da pessoa, tais como complicações cardiovasculares e hipertensão.

Mas, no caso específico da relação com o câncer, os especialistas verificaram que, além da inflamação crônica provocada pela condição obesa, outros aspectos biológicos tornam essa associação mais próxima.

Dentre eles, chamamos atenção para os seguintes pontos:

  • tal condição física contribui para que o organismo libere maior quantidade de secreção de substâncias categorizadas como pró-inflamatórias. São essas substâncias as responsáveis por dar o suporte e promover o desenvolvimento de células que apresentem um perfil mais próximo do cancerígeno;
  • há desregulação e morte das células. Com o passar do tempo, elas próprias passam a se programar para morrerem. Apesar de esse ser um processo natural, as pesquisas revelaram que a condição obesa pode influenciar esse percurso, o que ajuda a fazer com que as células problemáticas e disfuncionais permaneçam no corpo;
  • a condição obesa também contribui para a angiogênese. Esse processo é caracterizado pelo crescimento dos vasos sanguíneos. O problema é que os tumores podem se aproveitar desses novos canais “para se nutrirem”;
  • a alta concentração de gordura na região abdominal é considerada um dos principais fatores a contribuírem para o surgimento de câncer. Isso porque a gordura nessa região tem alta capacidade de produzir hormônios;
  • o aumento do peso corporal também contribui para que haja uma maior produção de hormônios sexuais. Esse fator é fundamental para a produção do hormônio feminino chamado de estrogênio. O ponto-chave é que o estrogênio tem uma relação muito próxima com o aumento dos casos de câncer de mama;
  • as pessoas obesas passam por alterações na microbiota intestinal. Já existem estudos que comprovam que a obesidade tem papel ativo nas mudanças apresentadas nas bactérias responsáveis pelos aspectos intestinais. Tais alterações podem favorecer o aparecimento de uma inflamação de maior grau.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!

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